Eu sei, Regina, eu sei...
Eu sei,
Eu sei que plantaste um mulemba em Angola e te
apeteceram os seus abraços mas não te agasalharam.
Eu sei,
Eu sei que és raiz à procura de um novo húmus
e já te não leva o vento da âncora em que fundeaste.
Alcançaste na poesia nova sombra e nessa
terra longe o teu novo altar.
Nada somos sem uma História para contar sem
um Poema para erguer.
Vogas agora feliz e encantada a cantar a voz
da tua voz nas vozes que colhes na voz de um novo povo.
Cantas a poesia que te vai na alma na rima da
vida que compões,
Cantas voz universal de mulher o som da brisa
que nos embala.
E cantas, cantas, cantas sem que a voz te
doa,
Porque de poesia te alimentas deserdada da
terra
Que segues o pó das estrelas no brilho que
deixas ao passar
E em ti floresce o poema
Na sedução da palavra
Na ilusão do corpo
Na transformação do tempo…
Rui
Imagem: Pintura sobre porcelana de Isabel Clington.
|
Um poema profundo e construído num enlevo de alma que nos eleva. Parabéns!
ResponderExcluir